quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Caramba, se ele acha você tão importante, tão perfeita, tão idolatrável, que diabos está fazendo com outra namorada? "
(Martha Medeiros)



Minha dor, guardo comigo. Aprendi a ser assim desde muito nova. Você pode me olhar e não fazer a mínima idéia do que se passa aqui dentro. Você pode achar que estou feliz ou que acabei de ganhar na mega-sena quando na verdade acabei de perder uma pessoa que amava. Minha história ninguém conhece. Minhas agonias, meus amores perdidos(varios), meus desencontros com o meu próprio mundo. Guardo comigo.

Não sei se isso é bom ou ruim. Tem gente que diz que falar ajuda a “colocar pra fora o que te faz mal”. Como vomitar em alguém. Despejar um balde de lixo na cabeça de alguém que não tem nada com isso. Não gosto dessa idéia. Sou meio homem nessas horas. Prefiro entrar na minha caverna, ficar muda sem falar com ninguém e resolver o assunto na minha cabeça.

Hoje não aceito qualquer coisa. Já aceitei demais. Não tenho que aceitar mais nada que alguém queira me impor sem meu consentimento. Desculpe, não posso mais. Dói. Fere. Corta. Mas depois cicatriza.

Não aceito que me julguem sem me conhecer. Não aceito que me conheçam pelo meu sorriso ou pela falta dele. Não vou me fazer de vítima, muito menos assumir uma culpa que não for minha.

Não me diga onde errei. Eu sei. Conheço meus acertos mais louváveis e meus erros mais repulsivos. Se der errado, vivo meu luto de novo. Não me importo. Vai doer. Vai ferir. Vai cicatrizar e formar uma casquinha que depois sai só de passar a mão de leve como quem toca um mosquito do corpo. Bem ou mal, minha história me fez ser quem sou. Viveria cada segundo de novo como se fosse uma despedida. Talvez eu cometesse os mesmos erros. Talvez eu cometesse outros erros. Cada um sabe da sua história e só isso importa. Por isso, guardo comigo minha dor, minhas agonias e meus pesadelos mais tenebrosos. Divido as alegrias, as conquistas e os sonhos mais altos. E dessa forma, minha dor continua só minha. Guardo comigo.

Um comentário:

Maldito disse...

Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é!